O sociólogo no decorrer deste
vídeo nos faz entender e refletir um pouco sobre várias questões relacionadas a
condição humana na vida pós-moderna, com aspectos do viver em sociedade nas
suas construções históricas e seus dilemas atuais, que passou da sociedade de
produção para a de consumo, como também dos aspectos relacionados a
subjetividade do ser, discutindo sobre a
identidade e citando Sartre quando fala sobre os projetos de vida,
tentando nos mostrar que na fragmentação da vida humana, as pessoas ao invés de
herdarem, criam sua própria identidade, pois as formas de vida têm mudado
constantemente. Ele também coloca que as
sociedades foram individualizadas, o que nos mostra uma contradição, quando
pensamos que vivemos na era da globalização, das “redes”, da relação de
interdependência.
Bauman nos faz pensar sobre as
diferentes relações sociais que se estabelecem, sendo que nos dias de hoje os
laços construídos partem da ideia de comunidade de relações de redes digitais,
com duas funções apenas, a de conectar e a de se desconectar, bastando um
clique para se desfazer de uma “amizade”, na mesma facilidade para iniciar
outras, o que se diferencia bastante das relações humanas sólidas, construídas
a partir de conquistas, de confiança e de sentimentos. Isto me faz pensar um
pouco sobre as transformações que venho acompanhando ao longo do que tenho
vivido. Nasci na década de 80, numa cidade do interior da Bahia e me lembro bem
de como se davam as relações na época de minha infância, que ao serem comparadas
com as que observo, tomando como base a vida dos meus familiares que hoje
desfrutam da infância, noto que a atual fase configura-se como uma espécie de
“imitação da vida adulta”. Não se permite mais que, ao contrário do que vivi na
infância (onde as crianças vizinhas formavam um grande grupo para brincar de
esconde-esconde, pega-pega, baleô, pula-corda ou amarelinha até certa hora da
noite ou que se reuniam para contar histórias de assombração) as crianças de
hoje estabeleçam laços, pois os playstations ocuparam os espaços e só permitem dois ou três jogadores e que ao se
cansarem desse tipo de brincadeira, fazem uso de outras tecnologias na mais
habilidosa arte de utilizá-las. Os brinquedos que antes me causavam tanta
emoção já estão ultrapassados para as crianças de hoje e foram substituídos por
celulares, PSPs, notebooks, etc. Nessa lógica, temos como conseqüência a
desvalorização das relações humanas. Se tenho sólidas amizades construídas na
infância, imagino que as crianças de hoje não possuirão esse bem no futuro.
Vemos como resultado disso, uma vida sem apegos, sem projetos mais humanos, sem
relações mais sólidas, sem perspectivas de humanização.
Muito interessante também a reflexão
sobre liberdade e segurança – a ambivalência da civilização - e o desencontro
de ambas. Ele diz que: segurança sem liberdade é escravidão e liberdade sem
segurança é um caos. E é nessa escravidão que vivemos hoje para nos proteger
dos outros. Para ele a busca desse encontro será incessante e impossível de
acontecer. A felicidade também é discutida pelo sociólogo, ao tentar nos mostrar
que há muitas formas de ser feliz. Fala sobre o destino e o caráter, sendo que
sobre o primeiro, não temos nenhuma influência e nossas escolhas sobre
o nosso destino depende do nosso tipo de caráter, não havendo receitas para a
felicidade, dessa forma, devemos ser como Sócrates, que criou a sua própria
forma de viver.
1 comentários:
Muito bom Priscila,
é isso aí: trazer a reflexão para a análise do teu contexto social e educacional. Continue nessa via...
bjs
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