As tecnologias são a medida de nossa salvação ou a causa de nossa perdição?

O título acima é um fragmento que me chamou a atenção ao ler o texto de Lúcia Santaella. Reescrevi aqui alguns trechos para refletirmos um pouco sobre a cultura das mídias,  a cibercultura na pós- modernidade e o conceito de pós – humano.

É bem verdade que, corroborando com Santaella, as novas tecnologias da informação e comunicação tem mudado toda a cultura em geral, o desenvolvimento tecnológico tem reverberado toda a estrutura das sociedades capitalistas avançadas, cabendo a estudantes e pesquisadores dessa temática, compreender de modo mais efetivo as complexidades com que a realidade em mutação nos desafia, pois os nossos esforços tanto de observação empírica, quanto de clareza conceitual, devem se analisados cuidadosamente se pretendemos trazer alguma contribuição para a compreensão menos superficial da complexidade no cotidiano.

As eras culturais ou as formações culturais das sociedades, intituladas assim por Santaella e outros autores, foram inicialmente moldadas tão somente pela oralidade, depois pela escrita e mais tarde pela indústria eletrônica. Essas mudanças não se tratam de culturas lineares, como se uma fosse desaparecendo a partir do surgimento da outra, mas sim, um cumulativo de complexificações numa nova formatação comunicativa e cultural que se integra a anterior reajustando e refuncionalizando.

Os meios e os processos de recepção que com o passar do tempo foram sendo aperfeiçoados, “modernizados” e consequentemente substituídos, marcaram a inserção dos meios digitais cuja marca principal está na busca alinear, dispersa e fragmentada da informação, refletindo na vida em sociedades e suas conseqüências.  

Sintetizando o conceito de Santaella sobre a  cultura das mídias, entendemos que se trata de uma cultura intermediária que surgiu da cultura das massas e foi sendo semeada por processos comunicacionais, fertilizando gradativamente o atual terreno sociocultural. Nela, ocorre a convergência das mídias, responsável pelo nível de exacerbação que a produção e circulação da informação atinge nos dias atuais.

A tecnologia é criatura humana e passou a ser essencial na cultura contemporânea, carregando dessa forma as nossas contradições e paradoxos. Sendo também a cibercultura  criada pelo homem, as máquinas estão cada vez mais parecidas com o ser humano e não o contrário. Nesse cenário o pós-humanos surge do repensar o humano nesse vir-a-ser tecnológico do mundo, nas grandes transformações  que as novas tecnologias da comunicação estão trazendo para tudo o que diz respeito a vida humana no plano psíquico, social e antropológico, “trata-se de um passo evolutivo da espécie”. Não podemos deixar passar despercebido as reflexões sobre essas modificações que os seres humanos vem passando em todos os seus aspectos.

SANTAELLA Lúcia, Da cultura das mídias à cibercultura: O advento do pós-humano. 



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1 comentários:

Bonilla disse...

Olá Priscila,
aprofunde esta reflexão, trazendo justamente as mdificações que os seres humanos vêm passando e que vc percebe, a partir da análise do contexto em que vive...

abraços

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