O analfabetismo não é um problema individual. Consiste
numa realidade social que necessita ser transformada. Ler e escrever são
direitos de todos os cidadãos, desse modo, se faz necessário criar condições
favoráveis para que o sujeito possa aos poucos dominar a leitura de textos e o
código da escrita. A questão consiste em acreditar na capacidade do aprendiz,
pois alfabetizar é desenvolver no indivíduo a construção de conhecimento em
todas as áreas e conteúdos, seja qual for a sua situação social, econômica ou
política, para que a sua atuação na vida seja o mais independente possível.
Neste
sentido, as práticas pedagógicas devem buscam a introdução ou o resgate de
importantes dimensões da aprendizagem significativa e das interações, bem como
dos usos sociais da escrita e da leitura, articulados a uma concepção de
alfabetização e letramento, por entender a alfabetização
como um processo específico e indispensável de apropriação do sistema de
escrita, a conquista dos princípios alfabéticos e ortográficos que possibilitam
ao aluno ler e escrever com autonomia. E por considerar o letramento como um processo de inserção e participação na cultura
escrita, que tem início quando a criança começa a conviver com as diferentes
formas de escritas no cotidiano e que se prolonga por toda a vida, com as
possibilidades de participação nas práticas sociais.
Essa concepção baseada nos estudos de Magda Soares
(2001) considera que alfabetização e letramento são processos diferentes, cada
um com suas especificidades, mas complementares e inseparáveis, ambos
indispensáveis. Assim, entende-se que a ação pedagógica mais produtiva e
adequada deve contemplar, de maneira simultânea e articulada, a alfabetização e
o letramento.
De acordo com os estudos de Soares (2004), no Brasil os conceitos de alfabetização e letramento se mesclam, se sobrepõem e às vezes se confundem.
O termo Alfabetização funcional
(saber fazer uso da leitura e da escrita) aproxima o termo alfabetização de e letramento
e que é divulgado pela mídia.
Vejo que o conceito de letramento está vinculado ao
conceito de alfabetização, tanto na perspectiva teórica, quanto na perspectiva
da prática pedagógica, num processo de invenção da palavra e do conceito de
letramento e numa reinvenção da alfabetização. A invenção do letramento
enquanto a construção da leitura e da escrita vinculada a práticas sociais se mostra
sem dúvidas como sendo de maior importância, pois ela é mais do que
simplesmente saber ler e escrever sem sentido nas práticas sociais e essa é
realmente uma situação muito comum nas escolas e na sociedade em geral que afeta
na compreensão da realidade, da autonomia e consciência crítica dos cidadãos.
O conceito de letramento relacionado as tecnologias da
informação e comunicação é considerado como o que conhecemos por letramento
digital e que de uma maneira geral a realidade nos mostra que muitas pessoas
que necessitam adequar-se às novas situações que envolvem a tecnologia ou estão
fazendo uso inadequado, ou mostram-se totalmente dependentes para executar
ações necessárias para suas necessidades ou realizam algumas tarefas sem ter
clareza e de maneira muito “primária” ainda muito distante das suas reais possibilidades.
SOARES,
Magda. Letramento: Um tema em três
gêneros. 2ª Ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.
SOARES,
Magda. Letramento e alfabetização: as
muitas facetas. Revista Brasileira de Educação. Jan /Fev /Mar
/Abr 2004, nº 25.
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