Ouve-se muito falar em inclusão. Na educação e na sociedade busca-se a inclusão nas mais diversas situações, criam-se leis para incluir o portador de necessidades educativas especiais (nas deficiências: física, intelectual, visual e auditiva), o índio e o negro, gasta-se muito para garantir a acessibilidade através de recursos que a possibilite e de propagandas para chamar a atenção de todos em prol da inclusão e mesmo assim, ainda constatamos que há muito a se fazer para que efetivamente a inclusão aconteça nas escolsa, nas ruas, nos transportes coletivos, nas repartições públicas, etc. Na “sociedade da informação”, “cibercultura”, “era digital” ou em outras palavras utilizadas para expressar o contexto atual, surge outro tipo de inclusão: a Inclusão Digital. Essa expressão nos remete a ideia de inserção de todos na “codificação digital”, na digitalização com seu caráter plástico, fluido, hipertextual, interativo e tratável a partir de seus “bits”. Digital significa a existência imaterial de vários recursos, o que permite múltiplas formatações e intervenções dos seus usuários.
Mas qual a relação entre a Inclusão citada nas primeiras linhas e a Inclusão Digital? Analisando inicialmente, penso que a primeira, busca a participação de todos de forma menos desigual na vida em sociedade e a segunda, visa inserir os usuários na era do digital. Esses termos me remetem a ideia de que todas as pessoas devem ter acesso de forma igualitária nas mais diversas formas de inserção e participação social no cumprimento de seus deveres e uso de seus direitos a partir dos princípios da cidadania.
Inquieta-nos pensar na ralação da cibercidadania com a educação. Por um lado, a inclusão digital é contemplada de maneira quase que absoluta nas escolas, nos seus mais modernos recursos tecnológicos, incluindo o cidadão de forma plena nessa nova cultura da era global, favorecendo apenas a uma pequena parte da população mais privilegiada. Por outro lado, acompanhamos os passos lentos dessa inclusão, enquanto parte visível de uma das dimensões da luta contra a exclusão social numa proposta efetiva das tecnologias da informação e comunicação no cotidiano e realidade das escolas públicas em geral no sentido de contribuir na formação dos nossos alunos para atuar no ciberespaço e exercer a sua cibercidadania de forma menos desigual nessa proposta de inclusão digital à maioria menos favorecida.